AS DÚVIDAS SE MANIFESTAM ATRAVÉS DE QUEIXAS E MURMURAÇÕES

AS DÚVIDAS SE MANIFESTAM ATRAVÉS DE QUEIXAS E MURMURAÇÕES

Números 13.31-33; 14.1,2: Porém os homens que com ele subiram disseram: Não poderemos subir contra aquele povo, porque é mais forte do que nós.

32 E infamaram a terra, que tinham espiado, perante os filhos de Israel, dizendo: A terra, pelo meio da qual passamos a espiar, é terra que consome os seus moradores; e todo o povo que vimos no meio dela são homens de grande estatura.

33 Também vimos ali gigantes, filhos de Anaque, descendentes dos gigantes; e éramos aos nossos olhos como gafanhotos e assim também éramos aos seus olhos.

1 Então se levantou toda a congregação, e alçaram a sua voz; e o povo chorou naquela mesma noite.

2  E todos os filhos de Israel murmuraram contra Moisés e contra Arão; e toda a congregação lhe disse: Ah! Se morrêramos na terra do Egito! Ou, ah! Se morrêramos neste deserto!

COMENTÁRIO:

Aqueles homens que subiram com Josué com exceção de Calebe, exageraram as dificuldades, dando a impressão de que todos os moradores daquela terra eram gigantes, e segundo eles a ela consumia seus moradores (32).

Deixando de lado as contradições de que muitos levantam em comparação com o vs. 27, que uma dá a entender que os espias não desejavam a conquista da terra, por serem os habitantes fortes demais, enquanto outros dão a entender que a terra não tinha valor algum.

Na verdade essas interpretações são incoerentes. Na verdade o que vemos, são homes espias infiéis e incrédulos que insistiam na impossibilidade em razão de suas incredulidades de conquistar a terra de Canaã.

Por inúmeras vezes, nos capítulos 1 e 14, se refere a mesma terra, como sendo fértil e possível de ser tomada aos ocupantes, bastava fé Naquele que prometeu.

Nos vers. 31-33 se faz referencia tão somente à força e a ferocidade dos moradores. Quando os israelitas tentaram voltar ao Egito (14.4: E diziam uns aos outros: Levantemos um capitão e voltemos para o Egito.), não era por causa da terra não ser boa, mas só porque tinham medo de morrer nas mãos do inimigo, e conseqüentemente serem presas as mulheres e filhos (14.3: E por que nos traz o SENHOR a esta terra, para cairmos à espada e para que nossas mulheres e nossas crianças sejam por presa? Não nos seria melhor voltarmos para o Egito?).

Vemos então que o ponto central dos dois capítulos é, portanto, a de que a terra era boa, muito além do que imaginavam, contrariando a má idéia das contradições que se levantam.

Na verdade a frase tão decantada como sendo contradição, tem outra conotação Bíblica, sobretudo em Levíticos 26.38 e
Ezequiel 36.12,13, 14: 38 Perecereis entre as nações, e a terra dos vossos inimigos vos consumirá. 12 E farei andar sobre vós os homens, o meu povo de Israel; eles te possuirão, e serás a sua herança e nunca mais os desfilharás. (Assim diz o Senhor JEOVÁ: Visto como vos dizem: Tu és uma terra que devora os homens e és uma terra que desfilha os seus povos; por isso, tu não devorarás mais os homens, nem desfilharás mais os teus povos, diz o Senhor JEOVÁ.).

Nos dois casos nos parece tratar de uma região em que seus habitantes morriam prematuramente. No segundo, porem, o fato parece tratar da falta de colheitas, pois o texto contém uma promessa de que a terra de Canaã, embora viesse a sofrer a fome durante o exílio, não deixaria de produzir seus frutos (Ezequiel 36.8-11: Mas vós, ó montes de Israel, vós produzireis os vossos ramos e dareis o vosso fruto para o meu povo de Israel, o qual está prestes a vir. Porque eis que eu estou convosco; voltar-me-ei para vós outros, e sereis lavrados e semeados. Multiplicarei homens sobre vós, a toda a casa de Israel, sim, toda; as cidades serão habitadas, e os lugares devastados serão edificados. Multiplicarei homens e animais sobre vós; eles se multiplicarão e serão fecundos; fá-los-ei habitar-vos como dantes e vos tratarei melhor do que outrora; e sabereis que eu sou o SENHOR.).

A grande questão é: os espias desanimados não tiveram fé suficiente para tomar posse da terra das promessas. Viram gigantes ao invés de ver as promessas de Deus se tornando realidade, e a dúvida cruel é manifestada por meio do desânimo e lamúrias que tomou conta deles, deixando de conquistar a terra e se tornarem difusores da doutrina de Satanás.